5 Hábitos que Estão Freando seu Sucesso Financeiro

Eu sempre reflito profundamente antes de abordar temas sobre hábitos que influenciam o sucesso ou o fracasso das pessoas. Se pensarmos, por exemplo, naqueles que alcançaram grande riqueza, surge a pergunta: “Quais são os hábitos desse indivíduo?” Talvez ele assuma riscos, estude diligentemente e mantenha uma fé inabalável em seus projetos. No entanto, é possível encontrar pessoas que falharam, mesmo compartilhando esses mesmos hábitos: estudaram, acreditaram até o último momento, mas, no fim, não conseguiram prosperar. Pense, por exemplo, no dono de uma Blockbuster, super motivado e confiante no sucesso do negócio, mas que acabou falido. Isso demonstra que adotar determinados hábitos não garante o sucesso; correlação não é causalidade, como bem disse Carl Sagan.

No entanto, quando eu paro para pensar no pessoal que realmente não consegue sair do lugar — ou pior, está submergindo, piorando — é comum encontrar os hábitos que vou listar aqui. Então, se você tem algum deles, é muito interessante que você mude isso na sua vida.

Hábito 1: Não controlar seus gastos

É difícil encontrar alguém bem-sucedido que não controle seus gastos, especialmente no início da vida financeira. No Brasil, muitas pessoas com salário mínimo estão endividadas, o que é compreensível, mas o mesmo acontece com quem ganha 2, 3, 10, ou até 20 salários mínimos. Mesmo com rendas altas, como R$ 50.000, há pessoas endividadas. Ao ganharem mais, elas aumentam o padrão de vida, gastando tudo que ganham. E, quando surge uma emergência, acabam se endividando ainda mais, criando um efeito bola de neve

Portanto, controlar os gastos é o básico que todo mundo deveria fazer, mas infelizmente pouquíssimas pessoas o fazem. Além disso, conforme você vai ganhando mais, é interessante que você pegue essa diferença entre a sua nova remuneração e o seu antigo padrão de vida e entenda que parte daquela diferença não é sua — é do seu “eu” do futuro. Você deve usar esse dinheiro poupado para investir e construir patrimônio. Porém, o que boa parte das pessoas faz é o que nos leva ao hábito número dois: ao invés de comprar ativos, elas adquirem passivos.

Hábito 2: Comprar passivos

Aqui, vou usar a definição de Robert Kiyosaki, autor do livro “Pai Rico Pai Pobre”, e não a definição contábil. Por exemplo, um carro contabilmente é um ativo, é um bem que você possui. Mas, para Kiyosaki, ele é um passivo, porque tira dinheiro do seu bolso. A frase dele é bem emblemática: os ricos compram ativos, a classe média compra passivos pensando que são ativos, e os pobres só têm despesas. Como sei que o meu público é mais de classe média, vou dar um exemplo comum para essa faixa: digamos que você tem um carro popular que custa R$ 100.000 e deseja comprar um carro melhor, como um Toyota Corolla. Você começa a poupar para comprar o carro, porque é disciplinado e quer evitar os altos juros de um financiamento. Boa decisão.

Entretanto, o que acontece depois? O Corolla terá um custo de manutenção mais alto, seguro mais caro, IPVA mais elevado. Com o Gol, as despesas eram menores. Com o Corolla, talvez você queira lavar o carro mais vezes, parar só em estacionamentos, e por aí vai. Assim, no final, você terá uma série de despesas maiores, mas sua renda continua a mesma. Você não tem dinheiro vindo de ativos que te dão mais renda para bancar o passivo. A lição aqui é clara: faça o contrário. Pegue o seu dinheiro e compre ativos, e, com o tempo, use a renda gerada por esses ativos para bancar os seus passivos, seus pequenos luxos, ou sua troca de carro.

Hábito 3: Não pensar a longo prazo

Outro hábito importante é que as pessoas que geralmente ficam paradas no mesmo lugar, ou até pioram, não costumam ter um pensamento a longo prazo. Isso é sintomático do brasileiro, talvez até por motivos estruturais da nossa economia. Se voltarmos a épocas anteriores ao Plano Real, tínhamos hiperinflação, o que criava uma situação onde o dinheiro se desvalorizava a cada dia, e pensar no longo prazo se tornava inviável. Quem pensava no longo prazo naquela época era visto como fora da realidade, porque não dava para fazer contas se você não sabia o valor futuro do dinheiro. Embora a inflação hoje seja menor, quem não pensa a longo prazo ainda acaba sendo vítima do juro composto da destruição monetária da inflação. Já quem pensa a longo prazo consegue se proteger melhor disso.

A melhor maneira de pensar a longo prazo é começando a investir o quanto antes, porque na fórmula do juro composto, o tempo é o fator exponencial. Por exemplo, se um investidor começa a investir cedo, mesmo que com pouco, ele terá um retorno muito maior do que quem começa tarde, mesmo investindo mais. Esse é o poder do tempo e do juro composto.

Hábito 4: Acreditar que tudo vai dar certo

Outro hábito comum é acreditar que tudo sempre dará certo sem percalços no meio do caminho. Claro, pensar em abundância é importante, mas é essencial entender que imprevistos acontecem. A única certeza que você tem é que algo fora do seu controle vai acontecer e mudar sua trajetória. Para que você possa se proteger quando algo assim acontece, é importante construir uma tríade de proteção: ter uma reserva de emergência, pensar em previdência privada e considerar um seguro de vida.

A reserva de emergência protege você no presente; o ideal é ter seis meses da sua renda alocados em um investimento de baixa volatilidade e risco. A previdência privada pode ajudar a proteger no futuro contra o risco de longevidade, que é viver mais do que se tem recursos. Já o seguro de vida pode ser essencial, especialmente para jovens, porque protege o seu maior ativo: o tempo de vida e a capacidade de gerar renda ao longo dos anos.

Hábito 5: Não investir em si mesmo

Finalmente, um hábito que muitas pessoas negligenciam é não investir em si mesmas. Para prosperar, é fundamental investir continuamente em conhecimento, habilidades e desenvolvimento pessoal. Isso inclui ler livros, fazer cursos, buscar mentoria, e estar sempre atualizado com as tendências do mercado. Investir em si mesmo é um dos melhores ativos que você pode ter, pois aumenta seu valor e potencial no mercado de trabalho e na vida.


Esses são cinco hábitos que, se você identificar e corrigir, podem mudar completamente o rumo da sua vida financeira. Refletir sobre eles é o primeiro passo para a mudança.

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