Como fazer um orçamento e controlar seus gastos
É provável que você conheça alguém que tenha dívidas – um parente, um amigo, ou talvez até você mesmo. Infelizmente, para muitos brasileiros, estar endividado se tornou tão comum que chega a ser visto como algo normal. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atualmente 78,5% dos brasileiros possuem alguma dívida. Em média, 29,6% da renda mensal das famílias está comprometida com dívidas, e 29,2% das dívidas estão em atraso. Isso significa que muitas pessoas estão inadimplentes.
Diante dessa realidade, é fundamental discutir maneiras de sair das dívidas. Além disso, o governo lançou recentemente o programa Desenrola Brasil, que visa ajudar os brasileiros a renegociar suas dívidas e limpar o nome. Neste artigo, discutiremos como funciona esse programa e apresentaremos três dicas essenciais para ajudá-lo a sair das dívidas.
O Endividamento das Famílias Brasileiras
Ao longo dos últimos anos, o percentual de famílias endividadas no Brasil tem crescido. Embora muitos apontem a pandemia como um fator para o aumento do endividamento, esse crescimento já vinha ocorrendo antes de 2020. Em 2019, por exemplo, o número de famílias endividadas cresceu significativamente em comparação a 2018.
Muitas dessas dívidas são devidas a juros mais baixos que estavam disponíveis antes da pandemia, tornando tentador para muitos brasileiros contrair empréstimos. No entanto, nem toda dívida é ruim. Por exemplo, muitos estudantes usaram o FIES para financiar seus estudos com juros relativamente baixos. A questão central é saber quando e como contrair dívidas de forma inteligente.
Dívidas Boas vs. Dívidas Ruins
Nem toda dívida é prejudicial. Algumas podem ser consideradas “boas dívidas” se usadas estrategicamente para aumentar seu patrimônio ou melhorar sua educação. No entanto, as “dívidas ruins” geralmente têm juros altos e podem rapidamente se tornar um fardo.
No Brasil, muitas pessoas estão endividadas no cartão de crédito, onde os juros podem chegar a 455% ao ano. Isso é um exemplo clássico de uma dívida ruim, especialmente se você não conseguir pagar o saldo total a cada mês. Outros exemplos de dívidas ruins incluem o cheque especial e empréstimos pessoais com altas taxas de juros.
O Programa Desenrola Brasil
Para ajudar os brasileiros a sair do endividamento, o governo lançou o programa Desenrola Brasil. Este programa oferece condições facilitadas para a renegociação de dívidas. Ele é dividido em duas faixas:
- Faixa 1: Destinada a pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos ou inscritas no CadÚnico. Foca em dívidas de até R$ 5.000 feitas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022, oferecendo taxas de juros de até 1,99% ao mês.
- Faixa 2: Voltada para a população em geral com renda de até R$ 20.000 e que possui dívidas bancárias. Oferece renegociação com prazo mínimo de pagamento de 12 meses.
Três Dicas para Sair das Dívidas
Agora que você conhece um pouco mais sobre o endividamento no Brasil e o programa Desenrola, aqui estão três dicas para ajudá-lo a sair das dívidas:
- Faça um Diagnóstico da Situação: O primeiro passo é entender exatamente quanto você deve, para quem você deve e quais são as taxas de juros associadas a essas dívidas. Fazer um levantamento detalhado é crucial para que você possa traçar um plano de ação.
- Analise e Corrija a Causa das Dívidas: Identifique a razão pela qual você se endividou. Foi devido a uma emergência ou é um problema recorrente de gastar mais do que ganha? Se for o segundo caso, é essencial ajustar seu padrão de vida para que se adeque à sua renda.
- Priorize o Pagamento das Dívidas Mais Caras: Depois de entender sua situação financeira e corrigir os problemas de fluxo de caixa, priorize o pagamento das dívidas com os juros mais altos. Considere até mesmo contrair uma nova dívida com juros mais baixos para quitar uma dívida mais cara.
Conclusão
Sair das dívidas não é fácil, mas é possível com planejamento e disciplina. Utilize os recursos disponíveis, como o programa Desenrola Brasil, e siga as dicas mencionadas para recuperar sua saúde financeira. Lembre-se, o mais importante é evitar cair novamente em endividamento e aprender a gerenciar suas finanças de maneira sustentável.
